sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Os alemães e teuto-brasileiros na indústria pelotense



As façanhas de Jacob Klaes (parte 3 e última)


(Dedicado aos amigos Jonas Tenfen e Sérgio Schwanz)

                                                                                                                                                                                                     A.F.Monquelat

O Sr. Klaes e as tratativas para a vinda de novos colonos alemães

         Na edição do Correio Mercantil de 13 de outubro de 1888 lia-se que estava em Pelotas, já há alguns dias, o súdito alemão Sr. Guilherme Schivelhein, procedente de São Paulo e encarregado, por alguns de seus patrícios – que de lá deveriam partir em seguida em direção à Província do Rio Grande do Sul – de examinar as terras do município de Pelotas, a fim de proporcionar-lhes boas compras das referidas terras.

         Essa gente era a de que tratara o Sr. Jacob Klaes, em carta dirigida ao proprietário do Mercantil quando da estada deste na Corte, no intuito de obter para ela passagem gratuita, em paquetes de linha subvencionada.

         Segundo informações do Sr. Jacob Klaes, tais colonos vinham dispostos a comprar terras neste município e aqui se domiciliarem, caso não fossem exagerados os preços que lhes pedissem pelos lotes.

         A vantagem resultante da vinda dos colonos em tais condições para o município de Pelotas era tão evidente, segundo o jornalista, que ele se julgava dispensado de demonstrá-la.

         O Sr. Guilherme Schivelhein estava hospedado na casa do Sr. Antônio Jacobs, proprietário do Depósito da Colônia, e ali poderia ser procurado.

 
As notícias do Sr. Jacob Klaes

         No mês de maio do ano de 1889 o Sr. Jacob Klaes comunicava através da imprensa de Pelotas, que sua empresa se tornara o único agente da “colossal” fábrica de charutos Viúva Simas, estabelecida em São Felix, Bahia, a primeira em seu gênero e cujos produtos eram conhecidos não somente no império brasileiro, mas também na Europa.

         Ainda naquele mês de maio de 1889, voltaria o Sr. Klaes a noticiar “A mais preciosa descoberta do século XIX”, pois, de sua já conhecida casa, acabava de surgir mais uma especialidade em fumos caporais, que com orgulho ele apresentava à venda sob o nome de Caporal de Saúde.

         O fumo não continha nicotina alguma e tinha um gosto, aroma e cor muitíssimo agradáveis.

         O fumo era vendido em pacotes de 50 gramas e em latas.

Dissolvendo uma sociedade

         Miguel José Lopes Braga e Jacob Klaes, aos oito (8) dias do mês de setembro de 1889, comunicavam à praça de Pelotas que, de comum acordo, davam por dissolvida a empresa que girava sob a denominação de Miguel Braga & Cia., ficando o sócio Klaes pago e satisfeito de seu capital e lucros correspondentes.

         Declaravam ainda, que a firma social deles nada devia e, se alguém se julgasse prejudicado poderia apresentar suas contas que, sendo justas, seriam prontamente pagas.

Notícia de uma possível venda da fábrica e retirada de Pelotas

         Aos 16 dias do mês de setembro de 1889 o Correio Mercantil, a pedido do Sr. Jacob Klaes, noticiava não ser verdadeira a notícia divulgada em outro órgão de imprensa, na qual era dito que o Sr. Klaes vendera sua fábrica e estava de partida da cidade de Pelotas, pois, quanto à venda da indústria estava esta em fase de negociação e, caso viesse a se concretizar não pretendia mudar-se de Pelotas e sim, retirar-se para uma chácara de sua propriedade, localizada nos arredores da cidade, para tratar da abalada saúde de sua esposa.

A firma Jacob Klaes & C. se torna uma empresa individual

         Aos 14 dias do mês de dezembro de 1889 era publicado na imprensa de Pelotas um “À Praça”, no qual foi dito que os abaixo assinados, sócios componentes da firma Jacob Klaes & C. Sucessores, estabelecida nesta cidade com fábrica de beneficiar fumos, à Rua Santa Bárbara [atual Marechal Deodoro] nºs 44 e 46, declaram ao comércio da praça de Pelotas e do interior, que nesta data dissolveram amigavelmente a referida sociedade, retirando-se o sócio Avelino Nuñez Gregores pago de seu capital e lucros e exonerado de toda e qualquer responsabilidade.

         Ficava a cargo do sócio Francisco de Paula Olivé todo o ativo e passivo, que continuaria com o mesmo ramo de negócio sob a mesma firma e debaixo de sua responsabilidade individual.

         Na mesma data e logo abaixo, havia outra publicação, sendo esta do Sr. Avelino Nuñes Gregores ratificando o “A Praça” e acrescentando que, retirando-se para o Rio de Janeiro, julgava nada dever na praça de Pelotas ou fora dela; porém, se alguém se julgasse prejudicado com tal declaração que apresentasse seus títulos ao Sr. Joaquim Mascarenhas, em casa dos Srs. Jacob Klaes & C. Sucessores que, se legais, seriam imediatamente pagos.

        
 

 


Fonte de consulta: Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV

Revisão do texto: Jonas Tenfen        

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