Em 23 de janeiro de 1876 era anunciada a abertura do atelier do Sr.
Augusto Amorety, “hábil e distinto fotógrafo” já vantajosamente conhecido pela
perfeição de seus trabalhos.
Seu estabelecimento era recomendado pela boa técnica e acabamento
de seus trabalhos. Além de tirar retratos por todos os sistemas conhecidos, o
Sr. Amorety tirava-os instantaneamente bem como os de crianças, qualquer que
fosse a idade, com perfeição e nitidez.
A oficina fotográfica de Augusto Amorety
Estava estabelecida, a bem conceituada oficina fotográfica
do Sr. Augusto Amorety, à Rua General Neto nº 46.
À frente estava o gabinete particular de trabalho e, em
seguida, a galeria onde estavam expostos diversos trabalhos fotográficos.
Ao fundo estava um lindo chalé, que servia de atelier para
tirar os retratos. Estava bem mobiliado e com lindos acessórios. Ali se achava
também a câmara escura.
Uma das especialidades do Sr. Amorety era o retrato em
porcelana.
Os trabalhos deste fotógrafo foram premiados com medalha de
ouro na Exposição Brasileiro-Alemã, de Porto Alegre.
O Sr. Amorety era brasileiro e estava estabelecido em
Pelotas desde o ano de 1876, ano em que adquiriu o atelier fotográfico do Sr.
Baptiste Lulhier, localizado à Rua Sete de Setembro nº61, sendo figura já
bastante conhecida, como fotógrafo, na Província.
Dia 27 de setembro de 1878, o Sr. Augusto Amorety expôs em
sua vitrina, à Rua Sete de Setembro, “uma importante vista fotográfica”, em
ponto grande, representando o aspecto da multidão em frente à Câmara Municipal,
no dia 25, por ocasião dos primeiros festejos ao Sr. Dr. Barcelos.
Segundo a imprensa da época, aquela era uma foto exata e de
excelente efeito.
Destacava-se perfeitamente a figura do Dr. Barcelos na
portaria da Câmara, e de outras muitíssimas pessoas, que formavam o imenso
grupo.
Aos apreciadores, a imprensa recomendava àquele trabalho que
em qualquer época seria uma agradável recordação daqueles momentos de regozijo.
O Jornal do Commercio de 30 de outubro de 1879 comunicava
aos seus leitores, que A Photographia,
de Augusto Amorety mudara-se para a Rua
General Neto nº 33, estando aquele estabelecimento montado à capricho, podendo
assim garantir a perfeição de seu trabalho.
Aos 29 dias do mês de janeiro de 1880 o Jornal do Commercio
comunicava aos seus leitores haver em Pelotas um estabelecimento de
fotografias, no qual eram tirados os retratos pelos sistemas mais modernos e
com a máxima perfeição. Este estabelecimento, dizia o jornalista, pertencente
ao Sr. Augusto Amorety que se achava situado à Rua General Neto nº 33, recomendava-se
pelo conjunto de suas bem combinadas disposições para o fim a que se dedicava,
com verdadeiro amor pela arte.
Constava de uma câmara solar de reflexão, cuja máquina de
grande força aumentava ao tamanho natural os próprios retratos em miniatura.
O Atelier Vitrô, propriamente dito, era engenhosamente
combinado para produzir as diversas vistas de paisagem, salão ou outros
cenários, que figurassem no fundo dos retratos.
As máquinas de fotografar e todos os seus acessórios eram do
aperfeiçoamento mais moderno e, por isso, suficiente para produzir os melhores
resultados na arte de Daguerre, elevada a tão grande altura.
A galeria de retratos, na maior parte de pessoas conhecidas
da sociedade pelotense, era um ornamento artístico que prendia a atenção do
visitantevnaquele atelier.
Uma sala de espera, de um gosto aprimorado e modesto ao
mesmo tempo, oferecia um cômodo de estar às famílias que quisessem utilizar os
trabalhos que o proprietário do estabelecimento se propunha executar à vontade
do público.
Brevemente a atual vitrina seria transformada em uma nova e
mais aparatosa exposição, na qual figurariam os últimos resultados obtidos pelo
que havia de mais moderno em trabalhos de fotografia.
O jornal tinha o prazer de recomendar ao público, especialmente ao “belo sexo”, o atelier fotográfico do Sr. Augusto Amorety.
Pelotas na exposição é o título da matéria publicada no
Correio Mercantil de setembro de 1881, na qual é dito que os trabalhos de
fotografia remetidos pelo Sr. Amorety para a Exposição de Porto Alegre faziam
jus ao seu atelier, muito mais porque não eram trabalhos feitos especialmente
para concorrer àquele torneio de artistas e agricultores.
As fotografias escolhidas estavam colocadas em um grande
quadro, com moldura dourada. Estas eram amostras tiradas aleatoriamente das coleções de retratos, do seu estabelecimento fotográfico, justamente conceituado.
A parte central do quadro era ocupada por um retrato oval,
em ponto grande, busto notável pela perfeição dos retoques, pela distribuição
suave da luz e pelos detalhes artísticos aproveitados sem o menor descuido.
Como que formando um cortejo a este excelente retrato,
encontravam-se em torno dele mais dez retratos modelo Rembrandt, quatro carton promenade, quatro cabinet e dois ovais, informava o
jornalista.
Estes dez retratos eram, em geral, de uma semelhança notável, de uma nitidez e correção artística que faziam honra ao “distinto expositor”.
Em molduras separadas, remeteu o Sr. Amorety duas belas
fotografias, formando “uma graciosa coleção”.
Uma delas representava duas crianças sentadas às bordas de
um lago, que lhes refletia as imagens, seguindo com inocente curiosidade o
curso vagaroso de um navio, que fundia mansamente as águas tranquilas. No outro se viam três crianças embarcadas em um elegante
barquinho, amarrado a uma das margens arborizadas do lago.
A reflexão deste grupo no espelho das águas era de um belo
efeito e de uma completa ilusão.
Os dois quadros eram em ponto grande.
No mesmo gênero, em cartão promenade, expunha também o Sr. Amorety uma bela fotografia,
representando um quadro campestre à beira do rio.
A suavidade dos panoramas reproduzidos com uma fidelidade
admirável fazia honra ao artista e bastavam para firmar o crédito do
estabelecimento.
Concluindo a matéria, o jornal felicitava o Sr. Amorety, a
quem com certeza estaria reservado um lugar de destaque na Exposição Brasileiro-Alemã.
Continua...
Fonte de consulta:
Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV e acervo de A.F. Monquelat
Revisão do texto e tratamento de imagem: Bruna Detoni
Belo trabalho de pesquisa, Monquelat sempre no rastro da Historia dessa cidade! Moizes.
ResponderExcluirGrato pela leitura. O Amorety, bem como o Lulhier, o Serres, o Terragno, o Offer, Robert, o King, o Patacão e outros que a história não preservou os nomes, são os pioneiros nessa arte, que é a fotografia. Abraço amigo.
ResponderExcluirPS:Praticada aqui em Pelotas, é claro.
ExcluirExcelente trabalho de pesquisa, caro amigo e colega pesquisador. O Augusto Amoretty não esteve em Rio Grande, mas tivemos aqui um Francisco Amoretty, em agosto de 1858, e o fez em volta de viagem, significando que estava aqui e retornou. Abraço amigo,
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